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INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE E DINAMISMO ECONÔMICO Joseph Alois Schumpeter foi o economista e pesquisador pioneiro ao trat...

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INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE E DINAMISMO ECONÔMICO Joseph Alois Schumpeter foi o economista e pesquisador pioneiro ao tratar das inovações tecnológicas. Segundo ele, são as inovações a principal fonte de dinamismo e progresso nas economias de mercado, representando o impulso fundamental que inicia e mantém o movimento dos sistemas econômicos, com a introdução de novos bens de consumo, métodos de produção ou transporte, dos novos mercados, das novas formas de organização industrial das empresas de vários setores. Para que processos, produtos e serviços inovadores assumam papel preponderante nas empresas é necessário investimento, bem como capital humano adequado, principalmente em um mundo em que a idéia de sustentabilidade é premente, onde se observa a utilização da biotecnologia para a limpeza de resíduos à produção de cosméticos orgânicos, para diminuições de impactos ambientais. Em termos de investimentos em inovação, as informações disponíveis não são alvissareiras para o Brasil, ficando bem distante dos países desenvolvidos e de alguns países em desenvolvimento, como China, Coréia e Taiwan. A partir de informações da OCDE, na União Européia, empresas inovadoras representam 50% do total de alguns setores da economia. O nível de gastos da China em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2006 foi estimado em US$ 136 bilhões, contra US$ 330 bilhões dos norteamericanos. Em uma década, os chineses multiplicaram por cinco os recursos investidos em inovação. O Brasil despende somente cerca de 1,1% do seu PIB em P&D. Inovações sustentáveis e viáveis economicamente, como turbinas que emitem menos gases de efeito estufa e sistemas de automação para casas que visam reduzir o consumo de água, bem como equipamentos que otimizem a captação de energia eólica e solar já estão gerando mais de 10% das vendas globais de empresas como a GE com projetos, como o Ecomagination. Em 2008, a Dupont, empresa do ramo químico dos EUA investiu cerca de 10% de seu orçamento em pesquisa, na substituição de matériasprimas de origem fóssil por insumos de origem vegetal. Além de investimento público e privado, para que estas inovações ocorram é necessário, dentre outros fatores, engenheiros, cientistas e pesquisadores (mestres e doutores) de diversas áreas do conhecimento nas organizações, em quantidade suficiente para atender suas demandas. No que diz respeito ao número de pesquisadores a China fica em segundo lugar no mundo, com 926 mil. Os EUA lideram com 1,3 milhão, enquanto o Japão está na terceira posição, seguido da Rússia, com 677 mil e 478 mil pesquisadores, respectivamente. Nestes países, principalmente no caso dos EUA, há um alto percentual de cientistas, engenheiros, bem como mestres e doutores nas empresas, diferentemente do Brasil, em que apenas cerca de 10% deles estão na iniciativa privada, possuindo um baixíssimo nível de pessoal qualificado para pesquisa de novas tecnologias limpas, área de grande potencial econômico e socioambiemtal. Países em desenvolvimento como o Brasil são caracterizados por serem technological followers: por não estarem na fronteira tecnológica, há um gap “tecnológico” entre eles e os países desenvolvidos, o que implica importantes conseqüências sobre a capacidade de crescimento e progresso tecnológico dos primeiros no médio e longo prazo. Para que este progresso tecnológico aconteça se faz necessária algumas mudanças em termos de melhoramentos de indicadores de capital humano, capital intelectual e sobre os investimentos de P&D, bem como sobre políticas de C&T. Apesar das ações tímidas em relação à contenção da apreciação cambial e políticas industriais voltadas à P&D, somente com capital humano altamente qualificado e investimentos adequados em um ambiente propício à inovação é que será elevada a capacidade do empresário brasileiro a inovar de maneira sustentável, correr

riscos calculados, crescer e prosperar através da criação de mercados e produtos completamente novos e viáveis, contribuindo, por conseguinte, para um maior nível de crescimento econômico e inserção internacional. Luciano F. Gabriel – Analista Pleno – Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia – FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Pesquisador do CEPEC-UFPR e Professor Universitário. Graduado em Economia, Mestre em Economia (UFPR). Os artigos de economistas divulgados pelo CORECON-PR são da inteira responsabilidade dos seus autores, não significando que o Conselho esteja de acordo com as opiniões expostas. É reservado ao CORECON-PR o direito de recusar textos que considere inadequados.