Francis Bacon

filosofia si o que é singular. Mas ao fazer esse estudo de autoobservação acabou por observar também o Homem no seu todo...

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filosofia si o que é singular. Mas ao fazer esse estudo de autoobservação acabou por observar também o Homem no seu todo. Por isso, não nos é de espantar que neles ocorram reflexões tanto sobre os temas mais clássicos e elevados ao lado de pensamentos sobre a flatulência. Montaigne é assim um livre pensador, um pensador sobre o humano, sobre as suas inconsistências, diversidades e características. E é um pensador que se dedica aos temas que mais lhe apetecem, vai pensando ao sabor dos seus interesses e caprichos. Se por um lado se interessa sobremaneira pela Antiguidade Clássica, esta não é totalmente passadista ou saudosista. O que lhe interessa nos autores antigos, especialmente os latinos, mas também gregos, é encontrar máximas e reflexões, que o ajudem na sua vida diária e na sua autodescoberta. Montaigne tenta assim se compreender, através da introspecção, e tenta assim compreender os homens. Montaigne não tem um sistema. Não é um moralista, nem um doutrinador. Mas não sendo moralista, não tendo um sistema de conduta, uma moral com princípios rígidos, é um pensador ético. Procura indagar o que está certo ou errado na conduta humana. Propõese mais estudar pelos seus ensaios certos assuntos do que dar respostas. No fundo, Montaigne está naquele grupo de pensadores que estão a perguntar em vez de responder, e é na sua incerteza em dar respostas, que surge um certo ceticismo em Montaigne.

Giordano Bruno 1548 D.C. 1600 D.C.

Giordano Bruno foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana com a acusação de heresia ao defender erros teológicos. Foi trágico o desfecho do processo contra Giordano Bruno, acusado de panteísmo e queimado vivo por defender com exaltação poética a doutrina da infinitude do Universo e por concebê-lo não como um sistema rígido de seres, articulados em uma ordem

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dada desde a eternidade, mas como um conjunto que se transforma continuamente. Um dos pontos chave de sua cosmologia é a tese do universo infinito e povoado por uma infinidade de estrelas, como o Sol, e por outros planetas, nos quais, assim como na Terra, existiria vida inteligente. Suas ideias sobre a relatividade anteciparam as de Galileu: num universo infinito, qualquer perspectiva de qualquer objeto é sempre relativa à posição do observador, há infinitos referenciais possíveis e não existe nenhum privilegiado em relação aos demais. Além de defender a existência de planetas extra-solares. Bruno filiou-se ao hermetismo, baseado em escrituras egípcias, da época de Moisés. Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos atribuídos ao deus egípcio Thoth, cujo equivalente grego era Hermes, conhecido pelos seguidores como Hermes Trismegisto. Bruno teria abraçado a teoria do padre Copérnico porque ela se encaixava bem na ideia egípcia de um universo centrado no sol. Deus seria a força criadora perfeita que forma o mundo e que seria imanente a ele. Bruno defendia a crença nos poderes humanos extraordinários, a crença de que todas as coisas tinham alma, criou a Geometria Sagrada e enfrentou abertamente a Igreja Católica, a Igreja Luterana, Calvinista, sendo excomungado de todas elas e expulso de Oxford na Inglaterra.

Francis Bacon 1561 D.C. 1626 D.C.

Francis Bacon, foi um político, filósofo, ensaísta inglês, e é considerado como o fundador da ciência moderna. Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a Câmara dos Comuns. Sucessivamente, durante o reinado de Jaime I, desempenhou as funções de procurador-geral, fiscalFilosofia

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geral, guarda do selo e grande chanceler. Foi nomeado Barão de Verulam e Barão de Saint Alban. Mas em 1621, Bacon foi acusado de corrupção. Condenado ao pagamento de pesada multa, foi também proibido de exercer cargos públicos. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo. Sua principal obra filosófica é o Novum Organum. Francis Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosa-cruzes e também um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam como sendo o real autor de alguns dos mais famosos manifestos da ordem. O pensamento filosófico de Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de “Grande Restauração”. A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, acabariam por apresentar um novo método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornavam para o mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca e o filósofo produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da sua Restauração foi concluída. A reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia anterior, especialmente a Escolástica, considerada estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e darlhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, também é criticada. Demócrito, contudo, era tido em alta conta por Bacon, que o considerava mais importante que Platão e Aristóteles. A ciência deve restabelecer o “Império do Homem” sobre as coisas. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. “Saber é poder”. Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626, estava envolvido com experiências sobre o frio e a conservação. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano, o que o levou à morte, vítima de uma bronquite.

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Galileu Galilei 1564 D.C. 1642 D.C.

Galileu Galilei foi um físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano, e foi personalidade fundamental na revolução científica. Galileu desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica. O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a isto Galileu é considerado como o “pai da ciência moderna”. Galileu foi acusado de heresia pela Igreja Católica e obrigado a “desmentir” suas afirmações sob ameaça de pena de morte, para sobreviver ele o fez, no entanto, no momento de sua morte ele teria reafirmado que a Terra gira, por causa disso a Igreja o excomungou e condenou sua alma ao inferno. Galileu viveu uma época atribulada. Durante a