escureci suplemento didatico 2

APRESENTAÇÃO ELABORAÇÃO: NILVA APARECIDA GONÇALVES PEREIRA VITOR MACHADO REDAÇÃO E REVISÃO: NILVA APARECIDA GONÇALVES PE...

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APRESENTAÇÃO ELABORAÇÃO: NILVA APARECIDA GONÇALVES PEREIRA VITOR MACHADO REDAÇÃO E REVISÃO: NILVA APARECIDA GONÇALVES PEREIRA MARLENE OLIVEIRA DE BRITO COLABORADORES: ADRIANA BATISTA MARIANO ALBERTO DE CARVALHO PEREIRA SOBRINHO LAÍS DIAS RAMOS MARTA LÚCIA DERNEY CREPALDI MUNHOZ TATIANA CRISTINA FERREIRA FOTOGRAFIA: NILVA APARECIDA GONÇALVES PEREIRA DESIGN: MARLENE OLIVEIRA DE BRITO UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Departamento de Educação – FC Avenida Engenheiro Edmundo Carrijo Coube, s/n, Vargem Limpa – Bauru/SP CEP – 17033-360, Fone (14) 3103-6077 ou 3103-9426 www.fc.unesp.br

Sumário Introdução .................................................................................................08 Fundamentação Teórica ..........................................................................10 Sequência Didática ..................................................................................12 Transposição Didática Externa .................................................18 Transposição Didática Interna ..................................................22 Considerações .........................................................................................32 Referências ..............................................................................................34 Anexos .....................................................................................................36

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Assim, ao utilizar o Rap como gênero da SD proposta neste trabalho, quando se realizou a primeira fase da transposição didática externa, no momento da modelização no princípio da legitimidade, adaptou-se o modelo existente no trabalho de Barros (2012) intitulado: Transposição didática externa: a modelização do gênero na pesquisa colaborativa. Devido à dificuldade em localizar nas pesquisas acadêmicas saberes disponíveis de transposições didáticas realizadas com letra de música no estilo rap, fundamentado no ISD, optou-se pela utilização como referência o quadro de modelização de gênero carta do leitor adaptada por Barros (2012). Embora existam trabalhos acadêmicos realizados na área da educação com ênfase no Rap, notamos que ainda é pouco explorado enquanto objeto de ensino na disciplina de História. Há significativa produção acadêmica na área da linguística.

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Capacidades de ação É um gênero oral ou escrito? A qual prática social o gênero está vinculado? A qual esfera de comunicação pertence (jornalística, religiosa, publicitária, etc.)? Quais as características gerais dessa esfera? Quem produz esse gênero (emissor)? Para quem se dirige (destinatário)? Qual o papel discursivo do emissor? Qual o papel discursivo do destinatário? Com que finalidade/objetivo produz o texto? Sobre o quê (tema) os textos desse gênero tratam? Qual o suporte? Qual o meio de circulação (onde o gênero circula)? Qual é a relação estabelecida entre o produtor e o destinatário? Comercial? Afetiva? Qual o valor desse gênero na sociedade? Capacidades discursivas É um expor interativo (escrito em primeira pessoa, se reporta explicitamente ao interlocutor, tenta manter um diálogo mais próximo com o interlocutor, explicita o tempo/espaço da produção)? Qual o tipo de discurso? Do expor? Do narrar? É um expor teórico (não deixa marcas de quem fala, para quem fala, de onde e quando fala)? É um narrar ficcional? É um narrar acontecimentos vividos (relato)? Como é a estrutura geral do texto? Qual a sua cara? Como ele se configura? É dividido em partes? Tem título/subtítulo? É assinado? Qual sua extensão aproximada? Acompanha fotos/figuras? Quais as características gerais? Como são organizados os conteúdos no texto? Em forma de lista? Versos? Prosa? Qual o tipo de sequência predominante? Sequência narrativa? Descritiva? Explicativa? Argumentativa? Dialogal? Injuntiva? Capacidades linguístico-discursivas Há muitos verbos de ação? De estado? Há muitos adjetivos? Que tipo de adjetivo (objetivos, subjetivos, afetivos, físicos, superlativos, comparativos)? Como são mobilizados os sinais de pontuação no texto? Quais os mais usados? E com qual finalidade? Há uso de metáforas? De palavras/expressões com sentido conotativo? Há rimas? Que tipo de rima? Qual o tom do texto? Mais descontraído? Humorístico? Objetivo? Poético? Coloquial? Sisudo? Familiar? Moralista? De poder? Há o uso de ironia? Como é dada a voz aos personagens (ficcionais ou não) do texto?Que vozes são frequentes no texto? Do autor? Sociais? De personagens? De que instâncias advêm essas vozes? Do poder público? Do senso comum? De autoridades científicas?

Fonte: Barros, 2012.

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Capacidades de ação Lugar social: periferia (lugar geográfico e simbólico) dos centros urbanos, um dos elementos do movimento hip-hop (grafiti, break dance, DJ e rap); Veiculação: geralmente em rádios e revistas especializadas, apresentações urbanas ligadas ao movimento hip-hop e em shows. E com menos frequência em programas de TVs; Emissor: autor (escritor(es) da letra do Rap) e o rapper (cantor). O emissor sabe com frequência o grupo que representa; Receptor: público geral, em particular o povo da periferia, pretos, pobres, excluídos. Não há contato imediato entre remetente e destinatário, exceto em caso de show; Conteúdo temático: discussões de caráter político, econômico e social sobre o lugar social e geográfico e simbólico da periferia; Propósitos comunicativos: criticar, argumentar, relatar, comentar, desabafar, opinar, conscientizar, entre outros; Outras informações: a identidade periférica se sobrepõe a identidade musical do rap. Considerado uma expressão de poesia social;



Capacidades discursivas As estruturas das letras são constituídas por partes distintas intercaladas pelo refrão que repete o título da música, geralmente são letras extensas, canções mais longas do que outros estilos musicais. Organizadas em versos; São caracterizadas pelos discursos emancipatórios, contestatórios de ordem etnográfica; Um tipo de enunciação discursiva com atuação no campo político cultural; Possuem predominância das sequências tipológicas do relatar; As letras exploram um conteúdo a ser defendido pelo rapper que na canção há trechos que ora se apresenta como relato do vivido o que justifica os argumentos e contra argumentos das denúncias objetivadas; A linguagem não é neutra, constitui-se de um instrumento de persuasão que legitima padrões ideológicos.

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Capacidades linguístico-discursivas Geralmente o sujeito é sempre presente, o vocalista ou o grupo; O interlocutor é sempre um de seus pares; A temática constante são as questões contemporâneas; Faz uso de vocativos; Utilização da forma coloquial (gírias e rimas), observável tanto pelo vocabulário empregado, quanto pela sintaxe; Faz uso de verbo em 1ª pessoa; Uso de palavras em sentido conotativo e figuras de linguagens (aliteração e assonância); Faz uso da transcrição da língua falada, com “falhas na acentuação gráfica e na pluralidade”.

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Fonte: Adaptação de Barros (2012)

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Segunda fase da transposição didática externa: Esquema da Sequência Didática PERCURSO DA SD

Apresentação da Sequência Didática

Módulos: Rap como gênero textual

ATIVIDADES Apresentação da proposta de trabalho para os estudantes, quanto aos conteúdos e o gênero textual trabalhado na SD, nas seguintes características: quem são seus agentes produtores em que lugar geográfico e simbólico ocorre, onde veicula o gênero, quem são seus emissores e como se representam, como são seus receptores e como se identificam, quais conteúdos temáticos são veiculados na mensagem do Rap

Etapa1: Atividade de levantamento dos conhecimentos prévios acerca do conteúdo proposto, Abolição da Escravidão. Exibição de videoclipe e leitura da letra música: Deixa o Erê viver do Coletivo “Nós temos um sonho”; Como ler letras de Rap como uma produção textual e discursiva; Leitura e discussão de texto: O destino dos negros após a Abolição de autoria de Gilberto Maringoni, Produção inicial: Análise discursiva – produção inicial

Etapa 2: Exibição do documentário África no passado e glórias. A história que ninguém contou. Leitura e análise da letra do rap e exibição de videoclipe: A coisa tá preta de Rincon Sapiência Produção escrita: Análise discursiva

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Módulos: Rap como gênero textual

Módulos: Rap como gênero textual

Etapa 3: Proposta de pesquisa em grupo, apresentação oral e com utilização de cartazes como suporte. Apresentação e produção de mural a ser exposta no saguão da unidade escolar. Conteúdo: Quilombo, movimento de resistência; Apresentação oral

Etapa 4:Pesquisa de letra de Rap que abordasse a temática abolição. Produção escrita: análise discursiva – produção final

Etapa 5: Exibição de Documentário: “O rap pelo rap”. Quem são os sujeitos que apreciam o rap, em que contextos sociais eles circulam e se identificam qual sua função social?

Módulos: Rap em contexto de circulação

Etapa Final: Encontro com o rappers da comunidade local

social Fonte: elaborado pela autora.

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RAP: (identificação): 1: Qual intencionalidade é possível identificar na letra do Rap? 2: Qual tema é retratado? 3: Qual problemática abordada? 4: Quem são as figuras centrais retratadas e como elas se relacionam com o tema? 5: Que relação é possível estabelecer com o texto trabalhado em de aula?

Fonte: elaborado pela autora.

O modelo elaborado pela autora resultou do modelo teórico pesquisado, no qual a ênfase foi, intencionalmente, dada nas capacidades de ação do gênero textual escolhido, tornou-se assim a proposta de análise discursiva de todas as atividades propostas nas etapas do SD nas quais envolveram as letras de Rap. 23

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• Avaliação: Produção inicial da análise discursiva. Produção Inicial. Disponível em: https://www.geledes.org.br/o-destino-dos-negros-apos-abolicao-por-gilberto-maringoni/

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• Avaliação:

produção escrita da análise discursiva.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=z_GMoM9wuaU

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• Avaliação: apresentação

oral e produção de cartaz.

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• Avaliação: Produção

final.

escrita da análise discursiva. Produção 31

• Avaliação: Discussão

coletiva.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Mt7S6YkosPc&t=157s

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• Avaliação:

discussão coletiva.

Raiz da Alma: grupo de rap composto por três integrantes, todos estudantes da unidade escolar, com composição autoral e trabalho divulgado em rede mundial de compartilhamento de vídeos.

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REFERÊNCIAS BARROS, E.M.D. Transposição didática externa: a modelização do gênero na pesquisa colaborativa. 2012. Disponível em: < http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/viewFile/1687/1145>. Acesso em: 20 de jan. 2017. BRASIL. Presidência da República. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em:< http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument>. Acesso em: 10 mar. 2017 _____. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília, DF: MEC/SEF, 1998a. p. 174. _____. Presidência da República Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF, 2003a. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 06 fev. 2016. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais de Educação Básica/Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Básica. Brasília, DF: MEC, SEB, DICEI, 2013. CAMPOS, A. M. V. C. Análise discursiva da ideologia na letra de Brasil com P: Rap de Gog. 2011. 60f. Disponível em: < http://www.cl.df.gov.br/documents/4156490/3998582/An%C3%A1lise+Discursiva+da+Ideologia+na+Letra+de+B rasil+com+P,%20Rap+de+Gog;jsessionid=5A90091F75E1ACF91D14D898B4A83FF1.liferay2?version=1.1>. Acesso em: 20 jan. 2017. FONSECA, A. S. A. Versos violentamente pacíficos: o rap no currículo escolar. 2011. 242f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2011. MACHADO, A. R. Linguagem e educação: o ensino e a aprendizagem dos gêneros textuais. Textos de Anna Raquel Machado e colaboradores: Lília Santos Abreu-Tardelli, Vera Lúcia Cristóvão, (orgs): posfácio Joaquim Dolz. – Campinas, SP: Mercado de Letras. 2009.

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