Anelilde Lima

A argumentatividade no e‐gênero fórum de discussão: uma estratégia para produção em contexto escolar Anelilde Lima Resum...

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A argumentatividade no e‐gênero fórum de discussão: uma estratégia para produção em contexto escolar Anelilde Lima Resumo: O artigo aborda questões argumentativas desenvolvidas no e‐gênero fórum de discussão, tomando como base a perspectiva de gênero de Bazerman (2004) e Marcuschi (2007) e (Devitt, 2004), bem como as teorias de argumentação de Aristóteles (2007) Perelman(2005) e Ducrot (1984). Objetiva apresentar esse gênero digital como instrumento para o desenvolvimento da argumentatividade nas práticas pedagógicas de produção textual, levando em conta o predominante uso de gêneros digitais nas atuações discursivas dos sujeitos atuais, conforme afirmação de Crystal (2005), Xavier (2009) e Araújo (2007). Abstract: The article approaches argumentative questions developed in and‐sort quarrel forum, taking as base the perspective of sort of Bazerman (2004) and Marcuschi (2007) and (Devitt, 2004), as well as the theories of argument of Aristotle (2007) Perelman (2005) and Ducrot (1984). The main objective is to present this digital sort as instrument for the development of the argument in practical the pedagogical ones of literal production, taking in account the predominant use of digital sorts in the discursive performances of the current citizens, as affirmation of Crystal (2005), Xavier (2009) and Araújo (2007). Palavras‐chave: argumentação, gênero e‐fórum, produção textual

Introdução Não é raro presenciarmos professores de língua portuguesa que trabalham com produção textual em sala de aula revelar sua angústia sobre o nível de argumentatividade dos textos de seus alunos, seja qual for o gênero textual estudado. Também é comum observar as mais diversas estratégias para melhorar esse desempenho, auxiliado por uma vasta bibliografia dedicada à produção textual no contexto escolar. Entretanto, paralelo a essa angústia, pouco tem se verificado como avanço nessa área, e muitos textos de alunos de ensino médio continuam com ideias rasas, com argumentos de obviedade, e com muito pouco argumento de autoria. Se buscarmos algumas justificativas para isso, poderemos encontrar algumas respostas na própria concepção de gênero textual, em consonância com algumas teorias de gêneros, sejam tradicionais ou contemporâneas, no que diz respeito ao seu aspecto interacionista. Koch (2003) afirma que “na concepção interacional da

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língua, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se constroem e são construídos.” Da mesma forma Bronckart (1999) ,citado por Marcuschi (2007) defende que “ a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas”. Poderíamos mencionar, também, nessa mesma concepção de gênero, Bakhtin(1979); Bhatia (1997); Bazerman (2004), só para citar alguns. Para todos eles, não é possível imaginar um texto eficaz sem seu aspecto dialógico. Entretanto, muitas vezes, os textos escritos em sala de aula apresentam esse dialogismo de forma distante e superficial, contribuindo, talvez, para as apresentações insatisfatórias de teor argumentativo. É importante também lembrar que, para os mesmos autores, não é possível considerar um texto sem um propósito comunicativo. Assim, voltando ao contexto escolar, salvo raríssimas exceções, o que temos são jovens escrevendo para serem avaliados por um professor, ou, no máximo, simular um gênero que será usado futuramente. O propósito real do gênero se perde em lugar dos propósitos escolares. It proposes that we teach genre awareness, not specific genres, and that we consider carefully the genres we have students write with a view to the antecedents those genres may provide for future writing tasks. (Devitt, 2004, p.4) Não é objetivo deste trabalho julgar se esse procedimento é correto ou não, se escola deve ou não continuar com essa prática. A análise aqui se dá para melhor se perceber por que, às vezes, o professor não obtém os resultados que gostaria, no caso, em relação ao nível de argumentação.

Este trabalho pretende apresentar algumas contribuições que um ambiente virtual trouxe para o jovem escritor no contexto escolar. Considerando o domínio que essa ferramenta tem exercido sobre a maioria dos estudantes secundaristas e os inúmeros gêneros digitais com os quais eles têm passado a conviver, ou melhor, a usar, é possível verificar algumas conduções relevantes para seu desempenho na construção do conhecimento. Evidentemente não vou me adentrar nas contribuições visíveis nas áreas de conhecimentos gerais, tecnológicos, enfim nas ciências exatas e naturais. O foco desse trabalho está no teor argumentativo que esse jovem tem desenvolvido no ambiente virtual. Essa constatação pode ser feita em diversos gêneros digitais, mas por uma questão didático‐metodológica, trataremos desse fenômeno especificamente no gênero digital fórum de discussão, disponibilizado no site de relacionamento Orkut. Não haveria muita eficácia, se ficássemos meramente na

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constatação, considerando que este trabalho visa uma contribuição para as produções textuais em contexto escolar. É necessária uma análise, baseado nas concepções de argumentação, de como esse fenômeno ocorre e o que difere dos textos escolares, para, então, identificar uma possível intervenção nas produções em sala de aula. Por outro lado, uma das principais características dos gêneros veiculados em ambientes virtuais é a interatividade, consequentemente, são gêneros que têm exercido um maior fascínio nos seus usuários. Considerando o fórum de discussão do site de relacionamento Orkut como um gênero amplamente usado por jovens de todas a idades, inclusive aqueles que mantêm atividades de produção escolar, é possível que tenhamos a mesma pessoa demonstrando teor de argumentatividade diferenciado.

Para isso, é necessário um estudo histórico das Teorias de argumentação, observando com as diversas teorias categorizam e auxiliam numa análise mais precisa das estratégias argumentativas apresentadas nas práticas discursivas escritas.

1. Teorias da argumentação

O estudo sobre argumentação tem tomado algumas linhas de investigação bastante relevantes para várias áreas do conhecimento, mas sabemos que os conceitos sobre argumentar, as teorias que delas surgiram não são recentes. Tomando como base os estudos mais historicamente conhecidos, nos remetemos à Retórica de Aristóteles, para quem argumentar era demonstrar supremacia na palavra. Entre seus conceitos de retórica está “o poder de provar uma verdade, ou uma verdade aparente, por meio de argumentos persuasivos.” A partir desse enfoque sobre argumentação, diversas teorias surgiram, algumas em oposição à ideia aristotélica de retórica, outras ampliando,

mas

sempre tomando sua clássica visão de argumentação. Entre as concepções de argumentação relevantes, consideramos os conceitos de Perelman (1958) básicos

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para discussões posteriores, visando às produções escritas. Como seus estudos sobre argumentação tinham um olhar diferenciado em relação à retórica de Aristóteles, a ele foi designado como autoria de uma Nova Retórica. Na verdade, Perelman tentava apresentar um estudo de argumentação sem estar preso à concepção de silogismo de Aristóteles, para quem, a princípio, tratava as proposições baseadas num raciocino lógico. Para Perelman (1970), “a argumentação visa a provocar a adesão dos espíritos às teses apresentadas ao seu assentimento, caracterizando‐se, portanto, como um ato de persuasão.” Fica claro que, para o autor, todo enunciado pressupõe uma ação argumentativa. As estratégias utilizadas para essa persuasão é que será nosso objeto de estudo mais adiante. Mas, antes de entendermos as categorizações argumentativas propostas por Perelman, é importante observar as distinções que ele traz para os termos convencer e persuadir. Essa distinção é importante para identificarmos os mecanismos que estão sendo usados, muitas vezes, nos discursos orais ou escritos. Para o autor, convencer se dá pelo raciocínio lógico. É possível convencer alguém quanto maior for a certeza e o compromisso com a verdade comprobatória que se tiver. Por outro lado, persuadir se dá através da interferência na vontade do outro, na força ao atingir o sentimento do interlocutor. Todo tempo o homem faz uso da língua, oral ou escrita, para atingir esse outro, trazendo audiência para si. Perelman defendia uma argumentação livre para conclusões diversas, de acordo com situações particulares dos interlocutores.

Ao produzir um discurso, o homem se apropria da língua, não só com o fim de veicular mensagens, mas, principalmente, com o objetivo de atuar, de interagir socialmente, instituindo‐se com EU e constituído, ao mesmo tempo, como interlocutor, o outro, que é por sua vez constitutivo do próprio EU, por meio do jogo de representações e de imagens recíprocas que entre eles se estabelecem. (Koch, 2008 p. 19)

É nessa linha, muito mais voltada às descrições linguísticas, que se apresenta a Semântica argumentativa.

Para análises que pretendemos fazer, estudar a

argumentatividade inserida no nível fundamental da língua, será muito útil. Apesar

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de ser uma linha teórica ampliada por Ducrot, para quem a argumentatividade não consiste em algo preso apenas ao mundo linguístico, não podemos desprezar as concepções de orientação e conclusão na argumentação verificada em textos, principalmente no texto escrito, nosso objeto de análise. No texto escrito, alguém se fixa como locutor, fixando o(s) outro(s) como destinatário, não havendo possibilidade de uma troca (pelo menos imediata) de papéis entre ambos. (Koch, apud Guimarães, 1981, p. 21)

Entretanto, essa premissa ‘de não possibilidade de troca imediata’ tende a sofrer alterações quando se tratando de alguns textos do ambiente virtual.

2. Tipos de argumentação Estudos

atuais

sobre

argumentação

sempre

apresentam

formas

de

categorizar os argumentos presentes nos discursos, de acordo com as intenções pretendidas e com a força persuasiva que se quer empregar. Contudo, as ‘ técnicas argumentativas’ introduzidas por Perelman &Olbrechts‐Tyteca (2005) são, sem dúvida, um dos estudos mais completos para categorização dos argumentos. Os esquemas ali apresentados fornecem as mais variadas possibilidades de análise de enunciados. É através das técnicas argumentativas que será possível identificar de que forma o interlocutor tentou atingir o outro, muito embora, muitas vezes, sem a devida consciência do fenômeno apresentado. Em se tratando de um texto escrito, é possível que as estratégias sejam mais planejadas, considerando que cada expressão selecionada tem sua força argumentativa. Ducrot (1980) colabora com essa análise na medida em que explica o valor dos operadores argumentativos. Elementos que a gramática descritiva usa como unidades da língua o autor se apresentam como recursos de persuasão, como orientadores no processo argumentativo.

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As pesquisas concernentes à argumentação que J.C. Ascombre e eu temos desenvolvido visam a mostrar que ela nem sempre é acrescentada às possibilidades semântico‐pragmáticas inscritas na língua: ocorre ao contrário, que, para descrever determinada expressão construção ou torneio, faz‐se preciso indicar as restrições argumentativas que ela impõe aos enunciados em que aparece. ( DUCROT, 1987, p. 139

É bem verdade que estamos tratando aqui de uma perspectiva de Ducrot da década de 80. Nesse período, ele ainda defendia que A significação de certas frases contém instruções que determinam a intenção argumentativa a ser atribuída a seus enunciados: a frase indica como se pode, e como não se pode argumentar a partir de seus enunciados.”(DUCROT, 1989, p. 18)

Seus últimos trabalhos têm mostrado uma nova orientação para os estudos dos topoi1 argumentativos, defendendo que as conclusões podem estar além do linguístico. Ducrot (1999) desenvolveu análises sobre situações discursivas em que os efeitos argumentativos não são mais orientados apenas pelo termo linguístico, mas pelos fatores sociais, culturais e históricos em que o enunciado se apresenta. Ainda com os estudos de tipificação de Ducrot, é necessário considerar um dos seus trabalhos mais relevantes que diz respeito ao argumento de autoridade. Embora não signifique o tipo de argumento mais importante, mas, é através dele, que podemos fazer análises sob uma perspectiva de autoridade polifônica, aproveitando, também, as concepções de dialogismo dos textos de Bakhtin (2003). Com uma preocupação didático‐metodológica, daremos enfoque em algumas técnicas argumentativas, não apenas sob a perspectiva de Perelman, bem como nas análises iniciais de Aristóteles2 e os orientadores argumentativos de Ducrot (1987). De acordo com as análises pretendidas, daremos ênfase ao argumento de comparação, argumento de causa e efeito, argumento de alusão histórica e argumento de autoridade. 



pontos de vista, lugares comuns, princípios argumentativos, pressupostos, fundamentos, que consistem já numa  interpretação do mundo e têm uma força persuasiva. (Martins,  )  2  A maioria dos tipos de argumentos apresentados por qualquer teoria da argumentação tomou como base as linhas  argumentativas na Retórica de Aristóteles.

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3. A interatividade e e‐gênero fórum de discussão Para entendermos melhor o valor do processo interativo que se dá no ambiente virtual, é necessário antes reconhecer o valor que a prática interativa exerce para o desenvolvimento de uma argumentação. Segundo Plantin (2008), “A atividade argumentativa é desencadeada quando se põe em dúvida um ponto de vista”. É aquilo que o próprio Perelman defendia como o contradiscurso. É no jogo de ideias e de confronto que o interlocutor pode se sentir desafiado e formular mentalmente seus argumentos. Ora, sem dúvida, essa prática cognitiva provocará movimentos mentais em busca de melhor forma de persuasão para com o interactante naquele momento do discurso. Plantin(2008) acrescenta que

“essa situação interacional obriga o

interlocutor a argumentar, isto é, a desenvolver um discurso de justificativa”. Trazendo essa situação argumentativa para um texto produzido em sala de aula, percebemos as limitações que o nível de argumentação sofrerá, tendo em vista o aspecto monológico dessa prática em contexto escolar. Evidentemente que não estamos desconsiderando o valor argumentativo de qualquer texto escrito, pois temos a consciência que, enquanto gênero, todo ele faz parte de um processo interativo. Refiro‐me a textos exigidos nas escolas sem a preocupação do efeito de ação social. (...) o processo de produção textual requer dos interactantes “um conjunto de estratégias de construção de sentido, entre as quais se contam as estratégias textual‐interativas, (...) que tem como objetivos, entre outros, aumentar a força retórica do texto, (...) (KOCH, 2004).

É pensando nesse desenvolvimento argumentativo através da interatividade que imaginamos o ambiente virtual como uma ferramenta importante e eficaz. Primeiro pelo seu uso predominantemente através da modalidade escrita e, em seguida, pela sua característica dialógica. Com o advento da Internet, diversos gêneros textuais surgiram ou passaram por modificações para uma melhor viabilização do seu uso no meio tecnológico. Universidade Federal de Pernambuco ­ Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação 

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Essa inserção de novos gêneros nas práticas comunicativas dos jovens, sem dúvida, tem exigido algumas mudanças dos processos de ensino de línguas no contexto escolar. Por muito tempo, algumas escolas imaginavam que a contribuição da ambiente virtual estava mais voltada para as influências tecnológicas e tentaram trazer para os alunos algumas práticas de inserção digital. Entretanto essa preocupação não se apresentava eficazmente nos estudos de gêneros, nas observações sobre variações lingüísticas e, muito menos, em relação à produção textual. Atualmente, com o avanço de estudos sobre vários aspectos dos gêneros digitais, e até mesmo com a tímida, mas presente preocupação acerca desse tema pelos Parâmetros Curriculares,é possível identificarmos algumas contribuições relevantes dos textos de ambientes virtuais para as práticas de ensino em sala de aula presencial.

É considerando essa atual visão pedagógica que o presente

trabalho acredita numa contribuição relevante para as aulas de produção textual. Tomando como base o que Marcuschi (2004) já dissera que nunca se escreveu tanto como com as novas práticas computacionais, é possível fazer uso desse contato crescente com a escrita para minimizar alguns problemas recorrentes nas produções de texto em sala de aula. É bem verdade que estamos falando de uma escrita híbrida, com todas as variações permitidas pelo ambiente tecnológico, mas estamos também falando de uma escrita mais livre, sem a monitoração e exigências peculiares às atividades de produção textual em sala de aula. Dessa forma, é possível perceber, em vários gêneros veiculados na Internet, mais especificamente no fórum de discussão do Orkut, uma escrita espontânea, com teor argumentativo superior aos textos produzidos em sala de aula. Evidentemente não irei discutir aqui a obviedade das diferenças dos ambientes.

Um

ambiente

consequentemente,

didatizado

tende

a

tolher

a

criatividade

e,

inibir a argumentação. O que se espera não apenas a

constatação, mas a transposição de um desenvolvimento argumentativo, presente no ambiente virtual, para as práticas discursivas escolares.

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É um ponto comum entre os estudiosos de genros textuais, como Bazerman (2006); Davitt ( 2004

); Miller (2008); Marcuschi (2004), Bronckart (1999) a

relevância do caráter interativo dos gêneros. É indiscutível que nenhum texto pode ser escrito ou falado sem que haja um outro como participante imediato dessa ação discursiva. Quando se trata de gêneros digitais esse processo interativo ainda é mais evidente pelas possibilidades de simultaneidade de participação em algumas práticas. O e‐gênero fórum de discussão possui esta característica de interação considerando que é um gênero em que várias pessoas discutem um tema, geralmente determinado e conduzido por um organizador. Esse gênero permite que jogos de persuasão sejam desenvolvidos porque há sempre alguém tentando conseguir audiência para sua ideia defendida. (...) neste gênero digital, o interlocutor tem ainda a vantagem, relação aos outros gêneros de discurso em celulose, de não apenas processar solitariamente a informação ali exposta, como também poder questionar junto ao produtor do discurso os pontos criticáveis, obscuros ou absurdos do seu discurso. (XAVIER; SANTOS, 2005, P. 35)

Tomando como ponto de partida essa constatação do processo interativo dos textos, é que surgem algumas preocupações em relação às produções textuais em sala de aula. Parte das dificuldades advém desse caráter dissociado do texto com propósitos comunicativos reais. Para Bronckart (2008) “um texto só pode ganhar sentido pela atividade de interpretação de seus leitores, que reconstroem sentido a partir dos índices disponíveis na materealidade textual”. Pelos mesmos motivos e acrescido de outros fatores, Bazerman (2006) afirma

que

“Quando os alunos

podem fazer seus textos ter vida para leitores á distância, criando interação dos significados evocados pelo texto, eles terão alcançado a agência mais profunda da escrita.”

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4. Análise do corpus Através de alguns comentários no fórum de discussão do Orkut, tentaremos analisar as estratégias argumentativas utilizadas por alunos da 1ª e 2ª séries do ensino médio de uma escola privada do Recife. É necessário, antes disso, mostrar o caminho percorrido para obtenção de alguns resultados. Inicialmente uma comunidade foi aberta no Orkut, com o título “Penso logo escrevo”, com a intenção de mobilizar alguns alunos a argumentarem sobre temas diversos. Alguns desses temas estavam sendo vivenciados em sala de aula e outros não. A participação passou a ser constante por alguns alunos, e mais raramente por outros, mas, de modo geral, obtivemos a presença média de 15 alunos escrevendo quase diariamente sobre assuntos polêmicos do cotidiano. Essas escritas demonstraram alguns resultados argumentaitovos que analisaremos a seguir. IMAGEM 1

Página inicial da comunidade “Penso logo escrevo“ do site de relacionamento Orkut.

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Esta interface da página inicial da comunidade apresenta seu nome, alguns participantes e a coluna dos tópicos que são atualizados pelo professor diariamente. De acordo com alguns critérios particulares, certos temas são visitados mais que outros, o que deixa mais uma pergunta sobre as propostas de produção indicadas em sala de aula: os alunos gostam sobre o que estão escrevendo? No comentário a seguir, analisaremos algumas estratégias argumentativas usadas pelo jovem, aluno da 2ª série do ensino médio, ma tentativa de apresentar algumas

considerações,

seja

pelo

valor

das

palavras

como

orientadoras

3

argumentativas, seja pela natureza polifônica do texto em questão.

IMAGEM 2

anelilde INCLUSÃO SOCIAL Podemos considerar que, em um país democrático como o Brasil, vivemos num efetivo processo de inclusão social?

(Participante)

por onde quer q

Em parte, se fizermos uma análise histórico‐social, desde tempos muito antigos em relação aos dias de hoje podemos perceber que a inclusão social no Brasil aumentou significativamente, as pessoas passaram a obter mais informações, até mesmo aquelas com pouco grau de instrução,a TV divulga bastante isso de forma clara e objetiva para pessoas leigas no assunto. Além disso foram estabelecidas leis de punição à quem excluir uma pessoa por raça, condição social, estado físico e dentre

outros...

...Porém apesar desse avanço significativo de inclusão social o Brasil ainda vivencia  3 

Usamos aqui a concepção de Polifonia de Ducrot, que defende  “como uma incorporação que o locutor faz aos eu discurso de  asserções atribuídas a outros enunciadores ou personagens discursivos – ao(s) interlocutor(ES), a terceiros ou à opinião  pública em geral. “(KOCH, 2008, p. 140)

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muitos casos de exclusão que afeta o país inteiro pois, em todos os lugares existe pobres e ricos; negros e brancos; linguas, culturas dentre tantas outras coisas que são julgadas de forma incoerente pelas pessoas e acabam gerando um descompasso na sociedadde brasileira fazendo com que o padrão de vida adotado pela maioria seja único e exclusico fazendo com que pessoas que têm um modo de vida "diferente" sejam excluidas do meio social de forma cruel.` É necessário que as pessoas sejam menos individualistas pois o mundo não é apenas de uns... e sim de todos que o habitam, e encontram‐se na situação em que se encontram hoje não apenas por querer, mas por uma condição pré‐estabelecida antes mesmo do mundo tornar‐se submisso aos homens hipócritas. Fonte: Comentário do e‐fórum da comunidade “Penso logo escrevo”.

Como se configura no fórum de discussão do Orkut, existe um mediador que introduz tópicos e interage com os participantes à medida que vão apresentando seus argumentos. Inegavelmente, tem‐se, nesse formato, uma possibilidade de instigar a busca dos mais variados tipos argumentativos em busca da persuasão do interlocutor(es) imediato(s). Ao ser indagada sobre o processo de inclusão no Brasil, podemos perceber algumas linhas argumentativas escolhidas pela participante. Primeiramente, ela faz uso da comparação

temporal. Com esse tipo de argumento, ela consegue

demonstrar conhecimentos de fatos históricos e sociais, tendo em vista que menciona ‘punições’ para quem exclui. Podemos perceber a primeira situação de polifonia, considerando que a conclusão que pretende chegar dependeu de fatores sociais ( a voz da Constituição). Em seguida, uma nova orientação argumentativa é apresentada, através do operador de oposição ‘mas’. No nível da linguagem, sabemos que um novo argumento será apresentado em oposição à constatação anterior. A nova orientação não é exatamente uma negação do fato apresentado, mas é uma forma de chegar a seu ‘topoi’ argumentativo: o Brasil não tem sido efetivo no processo de inclusão social. A escolha lexical também foi relevante para construção da força

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argumentativa. Quando ela diz “pessoas que têm modo de vida diferente sejam excluídas do meio social de forma cruel.” , tenta ratificar, convencer o interlocutor sobre o fato da exclusão no Brasil. Uma outra análise importante sobre os e‐gêneros e sua contribuição para produção do contexto escolar diz respeito à capacidade de síntese que os usuários demonstram

nesse ambiente. Por essa habilidade precisar ser desenvolvida na

escola, para que os alunos, em textos escritos formais, possam dizer fundamentos relevantes em poucas linhas, é possível perceber que o fórum de discussão também auxilia esse desempenho. Temos, por exemplo, nas duas linhas finais do texto, a seguinte afirmativa: “ (...) e encontram‐se na situação que se encontram hoje não apenas por querer, mas por uma condição pré‐estabelecida antes mesmo de o mundo tornar‐se submisso aos homens hipócritas.”

A aluna faz uma crítica,

percebida através de inferências, a um mundo dominado pelo capitalismo, sendo esse regime o responsável pela formação desses ‘homens hipócritas’. A pista para essa conclusão está em outro termo usado mais acima, ‘individualistas’, característica consequente das práticas competitivas do consumismo e do capitalismo. IMAGEM 3

02/11/09

TRÁFICO DE DROGA Nesse ambiente em que dezenas de inocentes morrem quase que diarimante, quem é o verdadeiro vilão?

# Tales Dance, as favelas, acho que é de uma opiniao maciça e integra de toda sociedade , deveriam ser eliminadas desde dos periodos dos king sizes (1485) , desde de la ate os dias de hoje nada foi feito com essa sociedades marginais , que existe em nosso país Leomar

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o vilão.

Pra mim, o vilão, é o proprio sistema social. Acho que a liberação do uso de drogas seria a saida mais certa. Sou a favor, da ideia de que o homem em consciencia, faz o que bem entender com seu corpo e sua vida. Mas, e tudo que poderia gerar negativamente com a liberação? Uma crise no sistema de saude, uma revolta dos proprios traficantes, protestos contra a liberação. E mesmo que essa fosse a saida mais segura, ou pelo menos a mais indicada, o pais tinha que ter uma estrutura, de dar inveja. E como o pais nao tem essa estrutura, nao é de hoje, o pais tem MUITO o que fazer. E qndo me refiro a pais, nao to falando dos governantes. A propria sociedade, impoe preconceito, descaso... Se a propria base do pais que sao os habitantes, nao mudar, esse e outros problemas vao continuar existindo.

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Fonte: Comentário do e‐fórum da comunidade do Orkut : “Penso logo escrevo”

Para esse novo tópico ‐ tráfico de drogas ‐ surgiram alguns comentários relevantes,

mas,

por

questão

metodológica,

analisaremos

apenas

duas

participações. O primeiro participante levanta um argumento polêmico e, até certo ponto, de bastante autoria. É raro, em textos produzidos em sala de aula, o aluno trazer uma ideia diferente do senso comum, ou pelo espaço que gera limitações, ou pela preocupação de ser rejeitado pelo professor (talvez pelo caráter monológico que às vezes um texto em sala de aula pode indicar). Quando o participante 1

remete ao período dos King size4 utiliza o argumento de alusão

histórica para convencer o interlocutor através de fatos que justificam certas situações do presente. É possível observar que, de forma sucinta, o participante consegue empregar uma força persuasiva para o aquilo que ele entende como principal responsável pela disseminação do tráfico de drogas: as favelas. A princípio pode parecer um posicionamento discriminativo, mas, na verdade, a crítica do participante 1 é voltada para as autoridades. Esse argumento é percebido pela sua assertiva “de lá até os dias de hoje nada foi feito com essas sociedades marginais.” Evidentemente que a expressão categórica ‘nada’ pode causar dois efeitos quanto à natureza argumentativa. Primeiro pode reduzir a orientação do argumento à medida que não leva em consideração alguns fenômenos sociais que demonstram mudanças nesse aspecto de inclusão. Por outro lado, pode fortalecer a ideia defendida do descaso pelos governantes. Com esse último efeito, pode ampliar a situação em que vivem as sociedades marginais para um estado caótico de abandono. Quanto ao participante 2, desse mesmo tópico, podemos observar sua posição interativa. O início de seu argumento: “Pra mim, o vilão, é o próprio sistema social” se apresenta com duas intenções: Primeiro deixar claro uma tese pessoal, numa tentativa de mostrar autoria em relação ao ponto de vista da  4 

Dinastia portuguesa que invadiu o Rio de Janeiro no período de 1485 aproximadamente.

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maioria. Em segundo lugar, responder, reagir ao argumento do participante 1( para quem a favela seria o vilão). É essa possibilidade de reagir a um argumento já defendido que tende a fortalecer as ideias a serem apresentadas, conforme já mencionamos anteriormente quando defendemos o valor da interação para o desenvolvimento argumentativo. É interessante observar que, para chegar à conclusão de sua tese, o participante 2 faz um jogo de dedução, utilizando algumas proposições que levarão o interlocutor a um fim desejado. Podemos, com esse exemplo, retomar o conceito de ‘entimema’ de Aristóteles (Retórica I, 78). Plantim (2008), ao citar Aristóteles, explica que entimema é “o meio de prova dedutivo típico da Retórica, que leva o debate para seu fim (...)”. Essa estratégia pode ser observada no texto do participante 2, que apresenta a seguinte sequência:

1º) “Acho que a liberação do uso de drogas seria a saída mais certa...” 2º) “O homem em consciência, faz o que bem entender com seu corpo e sua vida...” Em seguida, o participante 2 toma outro curso argumentativo. Com o orientador “mas”, ele inicia uma nova sequência, como contraponto às suas proposições anteriores. Ele trata, então, das conseqüências com a liberação.

1º) “uma crise no sistema de saúde” 2º) “ a revolta dos próprios traficantes” 3º) “protestos contra a liberação...” 4º) “o país não tem essa estrutura...”

Para, então, chegar á conclusão de sua trajetória argumentativa: o Brasil não pode legalizar o uso das drogas. Ao mencionar a falta de estrutura do país, o participante faz uma nova sequência argumentativa para responder |à pergunta inicial: o vilão é a própria sociedade.

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Podemos observar que o nível argumentativo, as muitas vozes que perpassam o discurso dos participantes 1 e 2 foram desenvolvidas em pouco espaço, com a leveza de quem

argumenta oralmente sobre qualquer tema. É, nesse ponto,

também que acreditamos no efeito dessa prática como contribuição para a produção dos textos escritos formais em sala de aula. Quando um professor promove um debate em sala, sobre o tema que será abordado no texto argumentativo, geralmente ele o faz com a intenção de desenvolver o raciocínio argumentativo do aluno. Essa prática é bastante relevante porque é o momento do jovem escritor ter contato com os mais variados pontos‐ de‐vista sobre o mesmo tema. Sem dúvida é um momento rico.

Entretanto,

também é possível perceber que, ao tentar transpor toda riqueza argumentativa que foi explorada no momento do debate, até mesmo o resultado de algumas leituras em conjunto, alguns entraves acontecem. O momento da produção escrita se revela como um inibidor de boa parte de suas manifestações argumentativas. Os motivos são óbvios e clássicos, mas não nos deteremos a eles agora. É por esse motivo que pensamos em uma estratégia, não melhor que um debate em sala de aula, mas além do debate. No fórum de discussão, há a riqueza do debate com características da oralidade, mas tem que ser, necessariamente, na modalidade escrita. Por isso apostamos numa transposição cognitiva, numa memória argumentativa mais eficaz, pois passou pelo processo escrito. Os textos analisados demonstram a riqueza e as estratégias argumentativas para defender um ponto‐de‐vista.

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CULTO À BELEZA Anelilde Mulheres têm estado deprimidas pelo simples fato de não atingirem a beleza ideal propagada pela sociedade. O que falta à sociedade em ralação à aceitação pessoal?

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Karol Holanda Hum, não sou a melhor pessoa pra falar disso até porque sou muito vítima dessa ditadura mas vamos lá! Acho que um livro muito bom pra quem quer ir mais além e ficar mais por dentro do assunto é a ditadura da beleza se não me engano.. sei que é do Augusto Cury(adoro ele:D). Acho que todo o problema está na mídia, por exemplo .. as revistas de beleza só nos fazem achar cada dia mais feias e mais gordas sabe? A mídia faz um molde de ser humano perfeito, ela dita esses padrões e acaba fazendo um certo tipo de lavagem cerebral mesmo. Conseguiram colocar nas nossas mentes que ser magra e ter um rosto peferito é ser linda e só assim ser aceita na sociedade, e agora é o que todas as mulheres querem ser. Se torna algo tão doentio

que

as

mulheres

acabam

tomando

atitudes

até

inadmissíveis.

Acho que o que falta à sociedade é um pouco de realidade, acho que se pararmos pra pensar em quantas pessoas estão dependentes, ou muti doentes e mesmo assim vivem e são muito felizes e agradecidas pelo simples fato de viver talvez não pensaríamos com tanta mediocridade. A sociedade deveria pensar mais na felicidade de ter uma família, de ter saúde, de ter vida! Deveríamos não ser tão fúteis e nos preocupar menos com coisas tão banais como a beleza. Seriedade e maturidade são suficientes para vermos que deveríamos ser agradecidos pelo que somos e aceitar isso. Fonte: comentário do e‐fórum da comunidade do orkut: „Penso logo escrevo.

Dois aspectos são extremamente interessantes nesse comentário. Primeiro a participante pode se incluir como estratégia argumentativa. Não quero dizer com isso que devemos validar os argumentos pessoais em textos escritos formais (dependendo do gênero), mas o efeito que pode causar, para o desenvolvimento, no processo cognitivo, de argumentos consistentes em busca de conclusões relevantes.

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Outro ponto importante desse tópico é o uso do argumento de autoridade. Ao citar Augusto Cury, a participante reveste seu argumento com mais credibilidade, o que é uma estratégia, numa prática de interação, de se sobrepor ao argumento do outro, ou seja, é a forma de ter maior persuasão. Ao mencionar o próprio suposto título do livro “a ditadura da beleza”, a participante já permite que seus argumentos posteriores tragam a marca dos discursos nele constituídos. Mais uma vez temos a presença da argumentação polifônica conforme Koch (2004, p. 143), ao citar Ducrot e Vogt, menciona. (...) a polifonia é um fato constante no discurso, que oferece ao locutor a possibilidade de tirar conseqüências de uma asserção cuja responsabilidade não assume diretamente, atribuindo‐a a um enunciador estranho.

Considerações finais Temos consciência de que o trabalho com produção escrita na escola ainda é um desafio para o professor de língua. Não podemos negar os avanços em outras áreas, como na leitura, nas análises lingüísticas, como também não podemos negar a influência positiva que esses avanços têm exercido sobre algumas práticas de produção. Entretanto pesquisas na área pedagógica, depoimentos de professores e outras evidências têm revelado que nossos jovens precisam de apoio da escola, de estratégias visionárias, de mobilização de diversas áreas para ajudá‐los a ter uma produção escrita eficaz e pragmática. Como nosso foco está no aspecto argumentativo das produções escritas, também identificamos como uma área intrínseca ao sucesso da escrita de um texto. Não ter o que dizer, muitas vezes, tem se tornado um ponto de bloqueio para o momento da produção e, consequentemente, tem gerado uma baixa auto‐ estima ao jovem como escritor, o que permite os resultados insatisfatórios percebidos nessa área do contexto escolar. Pensar em estratégias para o crescimento argumentativo em textos formais produzidos em sala de aula pode não ser a solução para os inúmeros problemas que

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essa prática possui, mas, sem duvida, é um passo em direção a uma escrita interativa. O importante é que haja, de fato, uma preocupação em busca de saídas pedagógicas. Se outros profissionais desenvolverem estratégias em outras áreas também relevantes, teremos, sem dúvida, uma projeção positiva para nossas práticas de produção no contexto escolar. Serão ações pensadas sob a visão de Antunes (2003) “(...) de forma que todas as ações se orientem parta um ponto comum e relevante: conseguir ampliar as competências comunicativo‐interacionais

dos alunos.”

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