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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Câmpus de Bauru VILA SÉSAMO: AS EDIÇÕES BRASILEIRAS E O CONTEXTO EDUCACIO...

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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Câmpus de Bauru

VILA SÉSAMO: AS EDIÇÕES BRASILEIRAS E O CONTEXTO EDUCACIONAL E POLÍTICO DAS DUAS PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS EDUCATIVAS. Ana Carolina FRANCO1 Maria da Graça Mello MAGNONI2

RESUMO Mesmo em tempos de mídias digitais e convergentes a televisão ainda é um meio de comunicação importante e preponderante nas classes populares. Historicamente a TV apresentou programas que afetaram o modo de convivência social das pessoas ou a análise da realidade de muitos telespectadores. Em 1972 estreou na TV brasileira um novo programa educativo que foi um grande sucesso de audiência: Vila Sésamo. A série educativa americana foi produzida no Brasil através de uma parceria Rede Globo e TV Cultura. Por isso era exibida pelas duas emissoras simultaneamente. Trinta e cinco anos depois o programa ainda permanece sucesso de audiência nos EUA e é regravado pela TV Cultura em 2007, em um novo momento histórico. Não se mantém e em poucos anos para de ser produzida novamente. A finalidade deste projeto de pesquisa é estudar o discurso das duas versões do programa Vila Sésamo (a de 1972 e a de 2007). Traçar um comparativo entre as edições, analisando a audiência de ambas as versões e o que tornou de uma edição um sucesso e da outra um fracasso. Vivemos a era digital, as mídias estão cada vez mais inovadoras e convergentes e a TV pública tem o compromisso social de ser mais um espaço de inclusão digital, garantindo as crianças telespectadoras de 3 a 6 anos novas possibilidades de interfaces educacionais. Essa pesquisa pretende analisar esses dois momentos históricos que tornaram o mesmo produto audiovisual em aclamado pela crítica e em vítima da indiferença do telespectador, em momentos distintos da nossa história. Para tanto será utilizada a teoria da Análise de Discurso, questionários para telespectadores dos programas nas duas fases da programação, fundamentando assim uma análise crítica dos encaminhamentos que levaram a série pelos percursos seguidos. Na atual sociedade tecnológica, digital e desterritorializada são muitas as possibilidades de se informar e aprender. Segundo COUTINHO (2011), o desafio imposto à escola por esta nova sociedade é imenso, sendo que os educandos devem adquirir competências para interagir e agir em um mundo globalizado.

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Mestranda do Programa de Pós-graduação em TV Digital: Informação e Conhecimento pela UNESP BAURU, Especialista em Psicopedagogia pela Anhanguera educacional, com Complementação em Gestão Escolar pela UNESP, BAURU, Aperfeiçoamento em alfabetização pelo Governo do Estado de São Paulo, Licenciada em Pedagogia pela UNESP BAURU e Coordenadora Pedagógica da Rede Pública Municipal de Ensino de Bauru. E-mail: [email protected]. 2 Orientadora e Doutora em Educação pela UNESP/Marília. Docente do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da UNESP e do Programa de Pós-Graduação em TV Digital da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, ambas em Bauru. Diretoria Executiva Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Bauru. E-mail: [email protected].

Bauru, 07 de maio de 2014 - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – FAAC – UNESP

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Historicamente a necessidade de se utilizar de meios tecnológicos no processo ensinoaprendizagem se fortaleceu após a concretização da Ditadura militar que governou o país por exatos 21 anos. Segundo CUNHA (1994) o ensino a distância, o telensino, o telecurso e os programas educacionais ganharam destaque e incentivos governamentais. A televisão foi historicamente o meio mais utilizado e difundido em ambientes escolares. Ainda hoje em tempos de profunda mudança tecnológica é ainda a mídia mais utilizada pela população. Programas educativos surgem então como possibilidade de garantir a uma população tão excluída o acesso ao conhecimento historicamente construído pelo homem. No entanto, as políticas educacionais e de regulação das mídias (ou a ausência delas) deturbam a TV Pública e a intenção da sua programação, rendendo-se ao poder do mercado e não consolidando o seu papel social. A intenção dessa pesquisa é partir da premissa dessa grande mudança contextual da TV Pública no decorrer da história e averiguar o seu papel como formadora na década de 70 e mais recentemente em 2007. E assim verificar se há a partir das emissoras públicas essa consciência democrática da necessidade de garantir àqueles que não possuem outras vias de acesso a informação, um conteúdo de qualidade e realmente educativo. Ao estudar dois contextos históricos e políticos distintos poderemos verificar enfim, se o entorno influência o discurso da produção audiovisual educativa. A pesquisa será qualitativa e terá duas etapas. Na primeira etapa será aplicado um questionário a 10 pessoas que tivessem de 5 a 7 anos em 1972 e àquelas que tivessem de 5 a 7 anos em 2007. Garantindo dessa forma observar através da análise de dados o impacto e a audiência dessa programação. Na segunda etapa da pesquisa será feita uma Análise de Discurso de um programa completo de 1972 e de outro de 2007. Resultando assim em um comparativo eficaz da potencialidade educativa de ambos. No final concluiremos a pesquisa identificando se as duas versões estavam adequadas ao seu contexto político educacional e se atendem às expectativas dos telespectadores da TV educativa.

Palavras-Chave: Vila Sésamo, Educação, Análise de discurso, História. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PRADO, P. A. Dossiê Vila Sésamo: 40 anos fazendo história! (10 de novembro de 2009) Acesso em 26 de janeiro de 2014. Disponível em:

BELLONI, M. L. Technologie et éducation: Le système national de television éducative au Brésil. Tese de doutorado, Université Paris V, Paris, 1984. in BELLONI, M. L. Ensaio sobre a Educação a distância no Brasil. Educação & Sociedade, ano XXIII, no 78, Abril/2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a08v2378.pdf>

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OLIVEIRA SOBRINHO, J. B. O livro do Boni. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011. CASTELLS, M. (1999) A sociedade em rede: A era da informação. Rio de Janeiro: Zahar Editores. CANCLINI, N. G. (2007) Diferentes, Desiguais e Desconectados. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. SODRÉ, M. (2012) Reinventando a Educação: Diversidade, descolonização e redes. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda. FERREIRA JR., A.; BITTAR, M. EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA TECNOCRÁTICA NA DITADURA MILITAR. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76, p. 333-355, set./dez. 2008 Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br Acesso em: fev/2014.

FERREIRA JR, A.; BITTAR, M. A ditadura militar e a proletarização dos professores. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 97, p. 1159-1179, set./dez. 2006. Disponível em DREIFUSS, R. A. 1964: A conquista do Estado. Ação política, poder e Golpe de Classe. Petrópolis: Vozes, 1987. CUNHA, L. A., GÓES, M. O golpe na educação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994. FAZENDA, I. C. A. Educação no Brasil Anos 60: O pacto de silêncio. São Paulo: Edições Loyola, 1988.

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